Alta dos combustíveis é alvo de protesto de motoristas em Manaus
“Hoje em dia uma pessoa só está trabalhando para botar gasolina e mal paga o seu carro”, disse um motorista. Só neste ano, a gasolina aumentou 41%

Motoristas de aplicativo fecharam duas faixas da avenida André Araújo, no Aleixo, em frente à sede de A CRÍTICA, na tarde de hoje (02) para protestar contra mais uma alta dos combustíveis anunciada pela Petrobrás, nesta segunda-feira.
Com frases desenhadas nos carros, os manifestantes pediam a ação do poder público para viabilizar a redução dos impostos estaduais incidentes sobre o seu principal insumo de trabalho, a gasolina.
Segundo um dos líderes do protesto, Frank Menta, há mais de dois meses as reivindicações foram levadas a ciência dos deputados estaduais, inclusive ao presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), Roberto Cidade (PV), porém as conversas não obtiveram o retorno esperado. Insatisfeitos com a falta de atenção dos parlamentares, os motoristas buscaram a impresa para comunicar as suas reivindicações.
"É mesmo que estar falando com um pedaço de pau. Você fala com eles e fazem aquele ‘migué’ de que estão escutando. No final das contas vão levando a gente na barriga”, desabafa.
“Nosso único intuito com esse protesto é chegar nos órgãos competentes que são no caso o governador [Wilson Lima] e esse monte de empresários [do setor de combustíveis]”, esclareceu Frank.
Ele acusou ainda os empresários locais de retirar das bombas de combustíveis o Etanol, forçando os condutores à comprar de gasolina que custa pelo menos R$ 2 a mais por litro.Com isso, os profissionais de dependem desses produtos para garantir a sua renda e alimentar as suas famílias ficam a mercê de um suposto "cartel".
“Hoje em dia uma pessoa só está trabalhando para botar gasolina e mal paga o seu carro”, relata o motorista.
Os manifestates que já fecharam em outras ocasiões as avenidas Mário Ipiranga, Djalma Batista e a Bola do Produtor, na Grande circular, prometem unir forças e aumentar a frequência dos protestos caso não haja uma solução rápido dos poderes.
“Se a gente não for escutado e se os órgãos competentes não procurarem baixar o valor do combustível, nós vamos fazer uma manifestação por semana, e quem sabe diária. A gente vai ficar fechando as vias até ser escutado", anunciou o líder do movimento.
Na segunda-feira, a Petrobras anunciou um novo reajuste nos preços dos combustíveis. No acumulado, somente no primeiro trimestre de 2021, são 41% de acréscimo do preço. Para tentar tentar neutralizar a alta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) zerou as alíquotas federais sobre o Diesel, por dois meses e sobre o gás de cozinha por tempo indeterminado.